Sinopse: Neste melodrama sobre a guerra civil norte-americana, um professor se apaixona por uma mulher do sul, mas a Guerra Civil coloca obstáculos aos dois. Ao estilo ...E O Vento Levou, Elizabeth Taylor interpreta uma garota mimada que se apaixona por Montgomery Clift, que está noivo de outra. Mas ela o conquistará, mesmo que tenha que usar truques sujos. Quando a Guerra estoura, ele parte para as batalhas, enquanto ela entra em depressão e enlouquece. Com o fim dos conflitos, Clift retorna para casa e tem um novo desafio: ajudar a esposa a sair da insanidade e manter a família unida. (Fonte: Cine Click)
Motivo para assistir: Saber porque esse filme não sobreviveu ao tempo
Estreia – 20/12/1957 (nos EUA) – Uma história da vida pessoal do blogueiro: ele sempre quis assistir a esse filme por conta de uma fotografia enorme do Rio de Janeiro de antigamente que ele adorava ver quando, ainda criança, ia lanchar com seus pais no Palheta, uma lanchonete tradicional que ficava na Praça Saens Peña, Tijuca. Hoje o Palheta virou uma farmácia, a fotografia se perdeu e, anos depois, ele consegue ver A Árvore da Vida, não o elogiado (e ainda não visto pelo Blog) filme de Terrence Malick, mas essa produção de 1957 do já experiente diretor Edward Dmytryk. A realização desse longa parece ter sido um erro e serve de balde de água fria para aqueles que acham que basta ser dos anos 1950 e made in Hollywood para ser um clássico. Mesmo assim, ele deu a primeira das cinco indicações de Elizabeth Taylor ao Oscar (ela perdeu para Joanne Woodward por As Três Faces de Eva), além das nomeações por Música, Figurino e Direção de Arte. Pouco, para aquele que foi considera na época, um da (ou uma das) produções mais caras da História – que construiu inteiramente a cidade de Freehaven e foi pioneira no processo conhecido como Câmera 65 na MGM (o segundo filme a ser feito dessa maneira, que substituiu o Cinerama, foi Ben-Hur).
Realizado no auge da criatividade dos cineastas norte-americanos, os primeiros quarenta minutos do longa de duas horas e cinqüenta minutos de duração são quase impecáveis. A canção de abertura Raintree Country (título original de A Árvore da Vida) interpretada por Nat “King” Cole, é linda. A introdução ambientando o espectador em uma formatura no norte dos Estados Unidos no ano de 1859 é notável. O primeiro conflito fica por conta do relacionamento de John (Montgomery Clift) e Nell (Eva Marie Saint). Clift, de poucos e bons filmes, sofreu um grave acidente de carro durante as filmagens e teve seus movimentos comprometidos para sempre e seu rosto totalmente desfigurado, sendo a primeira metade de A Árvore da Vida o único registro em cores da “aparência original” do ator. No longa, John sonha em ser escritor e o pai, muito religioso, não deixa de incentivá-lo (ao contrário da mãe). Ao mesmo tempo ele se mostra contra o amor entre os jovens, por conta da origem humilde da moça. Tudo muito bem apresentado. A lenda da árvore da vida parece dar um toque de fantasia a um drama familiar – que no começo lembra muito A Caldeira do Diabo (lançado no mesmo ano) e outros do gênero. Todavia, esse ótimo panorama feito pelo roteiro se perde.
O segundo conflito, que tomará a maior parte do filme, começa quando John conhece a sulista Susanna e Elizabeth Taylor entra em cena. Ela é filha de um falecido Senador e parece ter a dignidade que o pai de John quer. A aproximação dos dois não é freada pelos ciúmes de Nell e o casamento com Susanna dá uma lição àqueles que em um impulso se casam sem conhecer o futuro companheiro.
O roteiro de Millard Kaufman se perde de vez quando entra em cena a Guerra Civil Americana. Não há uma definição da trama, um indicativo se John assumirá a posição de ianque em um ambiente sulista ou se seu foco será o mistério no trauma do passado de Susanna. Taylor entrega uma interpretação que lembra a Blanche de Vivien Leigh (Uma Rua Chamada Pecado, que marcou época ao ser lançado seis anos antes), a mesma de E O Vento Levou – que trata de maneira tão mais eficiente a Guerra de Secessão que chega a dar pena.
Um lampejo de graça é o que consegue o texto na passagem em que John, eleitor de Lincoln, se nega a ter escravos. Porém, tudo descamba para uma discussão política batida em um roteiro que atira para todos os lados com tramas que não combinam. Não soube inserir o contexto histórico no melodrama e vice-versa. Na hora final, então, A Árvore da Vida está perdido em sua indefinição: sem drama, romance, guerra ou história que o sustente minimamente. Nota 5
Motivo para assistir: Saber porque esse filme não sobreviveu ao tempo
Estreia – 20/12/1957 (nos EUA) – Uma história da vida pessoal do blogueiro: ele sempre quis assistir a esse filme por conta de uma fotografia enorme do Rio de Janeiro de antigamente que ele adorava ver quando, ainda criança, ia lanchar com seus pais no Palheta, uma lanchonete tradicional que ficava na Praça Saens Peña, Tijuca. Hoje o Palheta virou uma farmácia, a fotografia se perdeu e, anos depois, ele consegue ver A Árvore da Vida, não o elogiado (e ainda não visto pelo Blog) filme de Terrence Malick, mas essa produção de 1957 do já experiente diretor Edward Dmytryk. A realização desse longa parece ter sido um erro e serve de balde de água fria para aqueles que acham que basta ser dos anos 1950 e made in Hollywood para ser um clássico. Mesmo assim, ele deu a primeira das cinco indicações de Elizabeth Taylor ao Oscar (ela perdeu para Joanne Woodward por As Três Faces de Eva), além das nomeações por Música, Figurino e Direção de Arte. Pouco, para aquele que foi considera na época, um da (ou uma das) produções mais caras da História – que construiu inteiramente a cidade de Freehaven e foi pioneira no processo conhecido como Câmera 65 na MGM (o segundo filme a ser feito dessa maneira, que substituiu o Cinerama, foi Ben-Hur).
Realizado no auge da criatividade dos cineastas norte-americanos, os primeiros quarenta minutos do longa de duas horas e cinqüenta minutos de duração são quase impecáveis. A canção de abertura Raintree Country (título original de A Árvore da Vida) interpretada por Nat “King” Cole, é linda. A introdução ambientando o espectador em uma formatura no norte dos Estados Unidos no ano de 1859 é notável. O primeiro conflito fica por conta do relacionamento de John (Montgomery Clift) e Nell (Eva Marie Saint). Clift, de poucos e bons filmes, sofreu um grave acidente de carro durante as filmagens e teve seus movimentos comprometidos para sempre e seu rosto totalmente desfigurado, sendo a primeira metade de A Árvore da Vida o único registro em cores da “aparência original” do ator. No longa, John sonha em ser escritor e o pai, muito religioso, não deixa de incentivá-lo (ao contrário da mãe). Ao mesmo tempo ele se mostra contra o amor entre os jovens, por conta da origem humilde da moça. Tudo muito bem apresentado. A lenda da árvore da vida parece dar um toque de fantasia a um drama familiar – que no começo lembra muito A Caldeira do Diabo (lançado no mesmo ano) e outros do gênero. Todavia, esse ótimo panorama feito pelo roteiro se perde.
O segundo conflito, que tomará a maior parte do filme, começa quando John conhece a sulista Susanna e Elizabeth Taylor entra em cena. Ela é filha de um falecido Senador e parece ter a dignidade que o pai de John quer. A aproximação dos dois não é freada pelos ciúmes de Nell e o casamento com Susanna dá uma lição àqueles que em um impulso se casam sem conhecer o futuro companheiro.
O roteiro de Millard Kaufman se perde de vez quando entra em cena a Guerra Civil Americana. Não há uma definição da trama, um indicativo se John assumirá a posição de ianque em um ambiente sulista ou se seu foco será o mistério no trauma do passado de Susanna. Taylor entrega uma interpretação que lembra a Blanche de Vivien Leigh (Uma Rua Chamada Pecado, que marcou época ao ser lançado seis anos antes), a mesma de E O Vento Levou – que trata de maneira tão mais eficiente a Guerra de Secessão que chega a dar pena.
Um lampejo de graça é o que consegue o texto na passagem em que John, eleitor de Lincoln, se nega a ter escravos. Porém, tudo descamba para uma discussão política batida em um roteiro que atira para todos os lados com tramas que não combinam. Não soube inserir o contexto histórico no melodrama e vice-versa. Na hora final, então, A Árvore da Vida está perdido em sua indefinição: sem drama, romance, guerra ou história que o sustente minimamente. Nota 5
Filmes comentados em 2012: 23
Filmes lançados em 2012: 2
Total de filmes do blog: 160
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