sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Backbeat - Os Cinco Rapazes de Liverpool



Sinopse: Liverpool, 1960. John Lennon (Ian Hart) e Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff) organizam uma viagem a Hamburgo para tocar com Paul McCartney (Gary Bakewell), George Harrison (Chris O'Neill) e Ringo Starr (Paul Duckworth) em bares. Após o músico e artista plástico Klaus Voormann (Kai Wiesinger) assistir uma de suas apresentações ele fica entusiasmado com a banda, já batizada de The Beatles, e convence sua namorada, Astrid (Sheryl Lee), a apresentá-los para o circuito alternativo da cidade. Aos poucos Sutcliffe se aproxima de Astrid e se afasta cada vez mais da banda, que acaba recebendo um convite para gravar seu primeiro disco. (Fonte: Inter Filmes)

Motivo para assistir: Saber que os Beatles quase foram cinco.

Estreia – 01/04/1994 (no Reino Unido) – Backbeat peca pela indefinição de seu roteiro. A idéia era retratar a juventude de Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff, que após dezenas de filmes de ação, foi peça importante em Inimigos Públicos e elevado a protagonista por Sofia Coppola no modorrento Um Lugar Qualquer), primeiro baixista da banda que viria a se tornar os Beatles, bem como seu dilema entre ser músico ou pintor até sua morte precoce, aos 21 anos. Porém, a produção não consegue deixar de utilizar o interesse pelo grupo britânico e cai na biografia fácil, permeada de clássicos do rock dos anos 1950, além de insistir em retratar mais a tentativa frustrada de Paul, John, George e Ringo fazerem sucesso em Hamburgo, Alemanha.

Não há preocupação em ambientar o espectador, nem em reconstituir com fidelidade a época em que se passa a história. A escalação do elenco não foi das melhores e há momentos em que Ian Hart, intérprete de John Lennon parece mais o Billie Joe do Green Day. Hart, aliás, interpretou Lennon em seus dois primeiros longas (em 1991 ele protagonizou The Hours and the Times). Houve a opção de criar um estilo punk-rock anos 1990 na trilha sonora de forma proposital, para que os espectadores da época pudessem “entender” como a chegada dos Beatles foi captada, ao passo em que nenhuma composição de Lennon e McCartney foi aproveitada – o que se mostra um grande equívoco.

O cerne da questão que desgastou a relação entre Stu e os companheiros de banda é mostrada de forma superficial na segunda metade. O envolvimento daquele com Astrid, que leva o baixista a faltar uma importante gravação e faz com que os ingleses deixem de partilhar do mesmo sonho, perde espaço para cenas de sexo e números musicais nada informativos – presentes em uma produção qualquer. Nesse ponto, Backbeat lembra muito algumas biografias brasileiras como Garrincha – Estrela Solitária. O diretor e roteirista Iain Softley não fez muitos trabalhos depois de sua estréia em Backbeat. Voltará a ser creditado como roteirista esse ano em Trap for Cinderella, atualmente em pós-produção. Como diretor, além do já citado, outros cinco trabalhos apenas: Hackers, Asas do Amor, K-Pax – O Caminho da Luz, A Chave Mestra e Coração de Tinta. Ou seja, um diretor de filmes medianos.

Da mesma forma que Madonna – A Inocência Perdida, Os Cinco Rapazes de Liverpool não abrange os anos de sucesso dos Beatles, parando sua narrativa no começo da Beatlemania no Cavern Club – época da expulsão deles da Alemanha, local que voltariam como astros do rock logo depois. Serve apenas para quem é curioso em saber de um tempo em que os astros não eram fabricados. Nota 4



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