quarta-feira, 13 de maio de 2009

Crepúsculo



Estreia - 18/12/2008 - Como profundo admirador dos livros de Harry Potter, já senti na pele o que os fãs de Crepúsculo sentiram no final do ano passado, com grande parte da crítica detonando o filme inspirado no livro de Stephenie Meyer. Como já fui vidraça e no momento sou pedra, prometi a mim mesmo que pegaria leve com o longa que demorei seis meses para assistir (e só o fiz por conta do favoritismo para as principais categorias do MTV Movie Awards do final desse mês).

O prólogo vem logo com uma conversa sobre morrer no lugar de alguém que ama, com narração em off da protagonista Isabella Swan (Kristen Stewart - de Quarto do Pânico, Zathura e uma marcante presença em Na Natureza Selvagem) depois de uma cena de caça a um veado. Bella se muda para uma pequena cidade onde o Sol mal dá as caras para morar com o pai, policial local. Chegando na escola conhece, entre outros adolescentes americanos com pinta de adulto, Edward Cullen (Robert Pattinson, o Cedrico Diggory de Harry Potter e o Cálice de Fogo).

Edward parece sentir uma repulsa a Bella na aula de biologia e a garota fica intrigada com o fato. Depois de passar alguns dias sumido, o garoto salva a vida da menina parando um carro em alta velocidade com as mãos. O que estraga Crepúsculo? A interpretação terrível do casal de protagonistas, principalmente Stewart (indicada por Emile Hirsch), que não demonstra capacidade (ainda) de liderar o elenco de um filme pretensioso com esse. Henry Cavil (Tristão e Isolda, Stardust - O Mistério da Estrela e o seriado The Tudors) era a primeira escolha da autora para o papel de Edward, mas estava muito velho para o papel. Já Bella seria Emily Browning (Desventuras em Série).

Ela começa bem, fazendo a menina que passa pela mudança de cidade e de escola (um clichê dos filmes, mas algo realmente difícil para um adolescente), levando tudo com um senso de humor muito interessante. Porém, depois que conhece Edward, ela fico meio abobalhada, tratando tudo com uma naturalidade irritante - com a desculpa de que "sofre em silêncio". Na segunda aula de biologia começa a verdadeira intenção da autora ao escrever Crepúsculo: tratar do sexo na adolescência. A tensão (ou seria tesão) entre os dois precisa ser mostrada a todo instante. Porém, como os atores têm poucos recursos, o resultado é desastroso. É como se os filhos de Keanu Reeves fizessem Malhação. Tensão sexual para os dois é sinônimo de falar como se estivesse sem ar e morder os lábios o tempo todo (eu sei, é patético).

Bella acredita em tudo o que falam para ela (algo que deve ser comum para essa geração-internet) e depois de alguns minutos no Google descobre que Edward é um vampiro, já que tem sentidos aguçados, superforça e lê pensamentos. Edward, por outro lado, admite que é um adolescente imortal e que sente um magnetismo grande entre os dois. Inclusive, não consegue saber o que Bella está pensando. Na verdade ele quer comer (e beber) a menina - não necessariamente nessa mesma ordem.

Não estou tratando Crepúsculo com ironia, a história é até legal. Mas as caras e bocas de Kristin Stewart e Robert Pattinson não convencem. Talvez Nikki Reed, que faz o papel de Rosalie fosse uma escolha melhor (ela que surgiu muito bem no filme Aos Treze), ou alguém até mais experiente. Outra crítica é a falta de cuidado com a adaptação do roteiro, feita por Melissa Rosenberg. Essa transposição às pressas, para ir na onda da popularidade do livro, fez com que alguns diálogos inteiros fossem inseridos no filme. Quando Bella conta a Edward como descobriu que ele era vampiro, ela diz que o garoto "está sempre falando de vidas passadas", sendo que em nenhuma cena anterior ele fala dessa forma.

A direção de Catherine Hardwicke (também de Aos Treze) é normal, já que a história é naturalmente sombria. Porém, o filme tem partes muito arrastadas, carregadas no drama. Os adolescentes só adotaram Crepúsculo porque é adaptação de um livro que eles gostam, já que o longa é até meio brega em certos momentos. A ingenuidade e o sentimento de auto-suficiência de Bella são pouco explorados, assim como a trilha sonora (quem conseguiu juntar Muse, Linkin' Park e Paramore e só coloca os dois últimos apenas nos créditos é louco).

Quando a menina é atacada entra em cena Cam Gigandet no papel do vampiro James, que com apenas duas cenas foi elevado ao status de "revelação do ano". O índio Jacob (Taylor Lautner) é um dos ganchos para o segundo capítulo (Lua Nova), que já será lançado mundialmente dia 20 de Novembro desse ano. Uma curiosidade é que Crepúsculo teve o maior faturamento no final de semana de estreia da história entre filmes dirigidos por uma mulher (70.6 milhões de dólares). Não aguardo ansiosamente rever Kirstin Stewart e Robert Pattinson, só espero uma continuação um pouco melhor. Nota 5



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Um comentário:

Anônimo disse...

amei a sua resenha critica do filme!!