quarta-feira, 20 de maio de 2009

Star Trek



Estreia – 8/5 – Star Trek consegue, sem muito esforço, bater seus adversários de Maio na luta pelo verão americano sem esforço. O décimo primeiro longa sobre a Frota Estrelar nos cinemas não é bem um filme de origem – apesar dos personagens estarem mais novos. Você vai saber o porquê. Também calcada em uma trilha forte (a exemplo de Anjos e Demônios), a história começa com o ataque de uma nave independente a uma nave da Federação. O recém-promovido Capitão Kirk sacrifica sua vida para salvar a tripulação – entre eles sua mulher e seu filho recém-nascido. Essa nave independente dos romulanos na verdade estava perdida no tempo à procura de Spock.

Passados alguns anos a trama se divide entre o planeta Vulcano e o Estado norte-americano de Iowa. No primeiro, um adolescente de nome Spock, mesmo sendo meio-humano, desenvolve uma capacidade intelectual impressionante. No segundo, um revoltado Kirk passa os dias arranjando briga em bares (momento em que algumas canções de rock ganham a tela). Convencido a se alistar na Frota Estrelar Kirk terá que passar pelos testes elaborados por Spock.

Star Trek reúne o espetáculo visual de Speed Racer com a diversão acima da média de Homem de Ferro e Transformers – talvez com uma história até mais rica. É ótimo que sua bilheteria corresponda às expectativas (já é a produção da franquia que mais arrecadou na História), já que é uma produção que vale a pena ver na tela grande, com todos os recursos que o cinema proporciona. Os atores estão muito bem, tanto Chris Pine de Kirk (em papel que Matt Damon chegou a se oferecer para fazer) quanto Zachary Quinto (em sua estreia no cinema) de Spock – e a semelhança física é realmente incrível. Além deles, há o elenco de apoio com personagens que fazem parte da cultura americana. Eric Bana como o vilão Nero (Abrams só aceitava ele ou Russell Crowe), além de Bruce Greenwood, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg e John Choo – todos com atuações no mínimo corretas.

Meu xará J.J. Abrams (mentor de Lost), que nunca se ligou muito em Jornada nas Estrelas, entrega um filme excepcional – tanto na direção quanto na produção (essa ao lado de Damon Lindelof – também da série de TV). Aos poucos ele vai inserindo tramas que diferem da história original, como a destruição de Vulcano – momento em que Leonard Nimoy, como o velho Spock, aparece e engrandece ainda mais Star Trek – ele que andava sumido desde 1991, quando fez Jornada nas Estrelas 6. Dessa forma J.J. abre espaço para um roteiro sobre a destruição de outro planeta, Romulus, e como o retorno dos romulanos do início do filme pode mover o curso da História.

Não é nova essa teoria de realidade paralela, viagem no tempo e passado que altera o futuro. Só que essa parece ser uma especialidade de Abrams, que conseguiu tornar Lost ainda mais interessante com essa brincadeira. Em Star Trek ele sustenta o filme em alto nível na maioria do tempo e abre espaço para mais coisa boa da franquia daqui para frente. Os roteiristas Roberto Orci (de Missão Impossível 3, que reaparecerá nos cinemas daqui a dois meses com Transformers 2) e Alex Kurtzman (do apenas bom Controle Absoluto) fazem um ótimo trabalho, lotando a trama de referências para os fãs, sem soar nerd para aqueles que querem apenas curtir o filme.

Uma Enterprise paralela àquela que habita mentes e corações dos trekkies nas últimas décadas é responsável pelo retorno triunfal de Jornada nas Estrelas, sete anos depois do último longa. Quem vê o trabalho de Abrams pensa até que é fácil fazer um filme desses. Nota 8



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