sexta-feira, 15 de maio de 2009

Criança



Estreia - 14/9/2005 (na Bélgica) - A Criança, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2005 (veja a lista completa dos vencedores clicando aqui), conta a história do jovem casal Sonia e Bruno, que aos vinte anos de idade precisam criar o filho que acabou de nascer. O pai vive de pequenos roubos com um grupo de adolescentes igualmente imaturos e inconsequentes. Com exibição no dia 17 de Maio daquele ano na cidade francesa, o longa foi a segunda produção belga a conquistar esse importante trofeu - a primeira foi Rosetta em 1999 também dos irmãos Dardenne, diretores e roteiristas da história. No Brasil o filme foi exibido em 1º de Outubro do mesmo ano no Festival do Rio de Janeiro e em 26 de Maio do ano seguinte em São Paulo. O longa terminou a carreira na tela grande com onze prêmios e doze indicações (entre essas quatro para o César, o Oscar francês).

O filme começa com uma linda mulher gritando o nome Bruno pelas ruas de uma cidade na Bélgica. Estaríamos diante de um novo Trainspotting? A fotografia lembra bastante, mas o peso cultural e o roteiro arrebatador do filme que revelou Ewan McGregor na década de 1990 não estão presentes em A Criança. Esse é o típico filme independente que não agrada a todos. Peço desculpas aos seguidores do "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", mas é preciso saber desenvolver a tal história para fazer um filme fora de série.

A trama se resume a um casal de jovens que nitidamente não tem maturidade para ter um filho. Vivem dos pequenos furtos do "patriarca", numa situação crítica para um país de primeiro mundo. Toda pessoa nessa faixa de idade é um pouco inconsequente, por isso é difícil não pensar em como agiríamos se tivéssemos naquela mesma situação. A beleza de Déborah François (à época das filmagens com 17 anos), atriz que interpreta Sonia, hipnotiza nos primeiros momentos, mas o filme perde muito quando se concentra apenas nas confusões em que se mete Bruno, o pai da criança do título. Aliás, é difícil dizer qual dos três personagens é a tal criança, já que ambos se comportam como uma. Ao contrário do casal de protagonistas o bebê foi interpretado por vinte e uma crianças diferentes.

O grande problema dessa produção é seu ritmo "devagar, quase parando". Em nenhum momento o roteiro decola, o que irrita um pouco, tornando quase um desafio acompanhá-lo até o final. Talvez o costume que Hollywood nos impõem faça filmes como A Criança se tornarem quase intragáveis - até pela ausência de trilha sonora por completo. É um filme de arte, que provoca discussões, mas consegue ser menos dinâmico que o habitual dos próprios filmes de arte - até ao tratar da venda da criança.

Em algumas partes muita gente se limita a "aturar" o filme, mais por respeito a uma produção tão premiada, já que quase não desperta interesse. A exceção fica por conta de alguns momentos no final, com uma perseguição de moto até muito movimentada para o que o filme oferece. Na conclusão, o único personagem que deixou de ser criança foi a bela Sonia, motivada pelo amor de seu filho. Só que a hora e meia demorou tanto que muitos espectadores irão se perguntar: "e daí?". Nota 4



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