terça-feira, 14 de abril de 2009

Glória



Estreia - 1/10/1980 - Glória (vivida por Gena Rowlands) talvez seja o maior sucesso de público do diretor John Cassavetes, conhecido como o "Rei do cinema independente". O filme conta a história de mulher que se envolve com a máfia da cidade de Nova York ao salvar um menino porto-riquenho que teve sua família assassinada. O pai dessa família de classe média do Bronx era um dos contadores da organização criminosa.
Os primeiros minutos de Glória funcionam para mostrar de cara a maior qualidade da produção: a trilha sonora de Bill Conti (e o enquadramento perfeito das cenas). O jogo feito entre o som e as imagens lembra outro drama marginal de outro gênio, Caminhos Perigosos de Martin Scorsece. Aliás, o longa em questão está mais para década de 1970 que de 1980, já que foi recorrente naquela utilizar o submundo violento e a decadência das grandes capitais dos Estados Unidos para excelentes filmes.
Talvez Cassavetes (também responsável pelo roteiro) caísse no lugar-comum se contasse a história da vingança do garoto Phil (interpretado por John Adames em seu único papel como ator). Por isso que as duas horas de filmes se concentram na aparente impossível fuga da mulher e da criança. Com isso a trama vai ganhando força, principalmente na segunda metade, logo após a protagonista se envolver diretamente com a máfia quando começa a reagir às ameaças usando seu revólver. O sentimento de carinho que Glória passa a ter por Phil é mais do que esperado, mas Gena Rowlands vai conduzindo sua personagem de uma maneira brilhante, começando com uma Glória perdida, passando por uma Glória agressiva e sem meias-palavras até chegar próximo a uma Glória mãe, que faz tudo para defender o filho, já que ela realmente se apegou à criança.
A dupla com Phil está ok, apesar do menino John Adames exagerar um pouco em algumas cenas. Porém, nos momentos realmente importantes, ele não compromete. Rowlands foi indicada ao Oscar de melhor atriz, perdendo para Sissy Spacek por O Destino Mudou Sua Vida, filme-biografia interessante que qualquer dia eu comento aqui. Cassavetes já tinha sido indicado três vezes ao prêmio (como ator coadjuvante, roteirista e diretor) e seu trabalho, como sempre, é brilhante, tanto na direção quanto no roteiro (que exige a atenção do espectador até o fim). Em 1999, o diretor Sidney Lumet refilmou Glória, com Sharon Stone no papel-título, mas nunca tive a oportunidade de assistir. Nota 7

Assista abaixo a bonita abertura do filme com forte presença da trilha sonora:


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