quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ele Não Está tão a fim de Você



Estreia - 27/3 - O filme começa reparando uma injustiça que é feita com muitos homens e derrubando a teoria de que a culpa nunca é das mulheres no fim de um relacionamento. Posicionando-se dessa forma Ele Não Está tão a fim de Você começa bem para aqueles que esperam uma comédia romântica cheia de desencontros, mal entendidos e erros de análise e conduta em questões relacionadas ao amor.
A ideia de que começar, manter e terminar um relacionamento não é tão fácil quanto se parece está corretíssima e um roteiro no estilo desse também é mais difícil de ser escrito do que se imagina. Por isso que alguns deslizes provocados pela administração de vários personagens é aceitável. Para quem leu abaixo meus comentários sobre Short Cuts e se assustou com o termo "filme-mosaico" saiba que Ele Não Está... utiliza o mesmo instrumento para discutir infidelidade, medo de compromisso, jogo de sinais, entre outras coisas. Claro que de uma forma mais leve, divertida (portanto mais comercial), só que menos brilhante.
A dinâmica lembra um pouco a produção brasileira Pequeno Dicionário Amoroso, dividindo a história em atos e utilizando depoimento de personagens. Já a trama lembra o britânico Simplesmente Amor, que fez algum sucesso anos atrás. Na apresentação de personagens o tema que parece mais urgente é a possibilidade ou não da mulher tomar a iniciativa. E mulher tomando iniciativa no cinema é com quem? Scarlet Johansson, que parece não se desgrudar do papel de mulher fatal, até em um filme mais despretensioso.
Há rostos conhecidos como o casal vivido por Ben Affleck e Jennifer Aniston, além de Drew Barrymore e a vencedora do Oscar Jennifer Connelly, mas o destaque do filme é o a quase-protagonista Gigi (Ginnifer Goodwin). Ao assumir sua insegurança ela é a pessoa mais perto de se achar nos relacionamentos. Sua amizade com Alex (Justin Long) rende bons momentos, como a teoria dele sobre o "brilho inventado" dos homens, justamente no meio do longa. O barman dá dicas para a moça, tentando ajudar (mas cometendo seus erros de vez em quando). Nessa hora a impressão que dá é que o roteiro mudaria de lado mostrando a visão masculina, mas não é o que acontece.
Além disso acredito que algumas histórias poderiam ir mais além do que é mostrado, o que levaria a mensagens mais interessantes e exploraria melhor o bom elenco que tinha em mãos. Perde-se muito tempo com coisas do tipo "o homem é que telefona ou a mulher pode telefonar depois de um encontro?" tornando Ele Não Está tão a fim de Você mais comum do que ele poderia ser. Nota 6



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Um comentário:

Livia disse...

Mais um filme que eu estou matando pra ver...
Já quero matar pra TER "Quase Famosos" heheheheh ;-)