terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Lutador



Estreia - 13/2 - Há algo de especial no filme O Lutador. A história é um pouco semelhante a de Rocky Balboa, lançado há dois anos e fala de um homem que só se sente vivo dentro de um ringue. Mickey Rourke (indicado ao Oscar de melhor ator e vencedor do prêmio no Festival de Veneza) foi taxado de "freak" por conta de sua caracterização, mas sua performance é fantástica e há uma explicação para isso. O ex-galã, que foi destaque no cinema na década de 1980 estrela um filme semi-biográfico. No início dos anos 1990, Rourke abandonou a carreira de ator para se dedicar ao boxe e tal escolha trouxe sérios danos à sua pessoa (e a sua carreira).
Dessa forma, tudo o que o personagem Randy (The Ram, ou O Carneiro) fala está muito bem defendido, percebendo nitidamente a sinceridade da atuação de Rourke. O lutador gente boa que se exibe para poucos espectadores no final de semana divide espaço com um operário comum, trabalhador de um supermercado. Quando ele exagera em uma luta (que envolve grampeadores e uma perna mecânica - aliás, há cenas bem violentas), Ram para no hospital e precisa operar o coração. O médico informa que é impossível fazer o mesmo esforço que ele fazia antes e o lutador precisa se aposentar.
Descoberto isso, o homem precisa recuperar o amor de sua filha e levar adiante sua paixão por uma stripper (Marisa Tomei, indicada ao Oscar de coadjuvante, por conta de suas poles e taps dances sensacionais). A vida mais saudável fora dos ringues não comporta mais aquele homem solitário, que mora num trailer improvisado e precisa de pouco para passar o dia. Só que nesse ponto da vida, o mundo já deu as costas a Rourke (o ator e o personagem).
O papel melancólico é digno de prêmio da Academia sim, já que o ator encontrou a medida ideal para que Ram não fosse um amargurado ao extremo e para que O Lutador se transformasse num grande filme. Já a stripper interpretada por Tomei é praticamente ignorada em seu ambiente de trabalho e tem medo de se arriscar num romance com um cara que visita bar de strippers, claro.
A direção de Darren Aronofsky (em seu quarto filme elogiado na sequência, mas infelizmente esse é o primeiro que assisto) ajuda bastante. Minha cena preferida é quando Ram, começando na função de cortador de frios no supermercado, imagina estar escutando a multidão gritar seu nome. A canção de Bruce Springsteen é boa, mas O Lutador possui outras pérolas do rock na sua trilha sonora (o que só ajuda). Para quem viveu os anos 1980, o longa deve ser ainda melhor. Os vinte minutos finais fizeram O Lutador subir mais um ponto. Nota 8





Oscar 2009

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