quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Troca



Estreia - 9/1 - Clint Eastwood realmente não chuta uma pra fora. Em A Troca o diretor acerta o alvo mais uma vez com a história real de Christine Collins, uma mãe que foi abandonada pelo marido à época do nascimento de seu filho e precisa trabalhar numa companhia telefônica e cuidar da criança na Los Angles da final da década de 1920. A trama começa quando, ao voltar pra casa do trabalho, o filho de Christine não está mais lá. A mesma deve pedir socorro à corrupta polícia de Los Angeles, que ao ver a repercussão do caso, se aproveita da infelicidade de um menino e espalha para a imprensa que o filho de Collins foi encontrado.
Com a mídia toda sufocando o reencontro, Christine tem certeza que aquele não é seu garoto, mas não consegue se manifestar. O grande dilema da vida dela passa a ser dar amor a uma criança enquanto procura o verdadeiro filho. Nessa caminhada ela encontra um pastor que utiliza suas pregações para criticar a polícia local e está disposto a desmascarar a farsa que foi o resgate de um garoto falso.
É incrível assistir A Troca sabendo que aquela história é verdadeira. Como no momento em que acham um argumento medíocre sobre o "novo filho" ser mais baixo (alegam que a criança ficou traumatizada e passou a andar mais curvada). Ou como no momento em que Collins está disposta a ir para os jornais e provar que seu filho continua desaparecido. A saída miliciana que o Delegado acha é interná-la num hospício, com direito a tratamento de choque que remete ao clássico Um Estranho no Ninho.
O filme é muito rico em detalhes e é fantástica a maneira como o roteiro vai abrindo seu leque, envolvendo o espectador e juntando todas as pontas. Além de suspense, drama urbano e momento-hospício, há a parte de trama de tribunal, que se não é brihante serve para concluir de maneira bem objetiva.
Angelina Jolie (que acaba de ser indicado ao Oscar pelo papel) faz um trabalho excelente, como a mulher excessivamente obstinada que precisa se fazer compreender a todo instante. Há quem diga que ela exagerou em algumas cenas visando o reconhecimento da Academia, mas não vi exagero algum. Algo me diz que ela será lembrada por esse filme para sempre (essa imagem do pôster de Angelina com o chapéu marrom já virou uma das imagens de 2009 no cinema). Seu único Oscar foi com Garota, Interrompida, onde coincidentemente ela passa o filme internada num hospício. Destaco também John Malkovich, que parece nunca trabalhar mal.
Interessante que Eastwood pegou gosto em compor trilhas sonoras e gosta de usar o tema principal do filme a todo instante. Para quem já viu o filme e gosta de filmes antigos, Aconteceu Naquela Noite é realmente sensacional, muito melhor que a versão de Cleópatra daquele ano. Foi o primeiro filme de Capra que eu assisti. Nota 8




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