sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Se Eu Fosse Você 2



Estreia - 2/1 - Uma clássica continuação nos moldes do cinema americano, Se Eu Fosse Você 2 é o primeiro de muitos sucessos do cinema nacional em 2009 (pelo menos essa é a torcida de todo muito que gosta de cinema e que entende que o próprio país tem que ter uma produção forte no ramo). É importante que os produtores invistam em filmes que vendam bem, que atraiam público. E essa comédia surge de um longa original que atraiu 3,6 milhões de pessoas, uma das maiores bilheterias desde a chamada "retomada". O roteiro é simples de propósito para provocar riso fácil (não tem como não rir do veterano Tony Ramos falando "estou me sentindo uma vadia") e quem já viu o trailer conhece o filme todo. Aliás, lição número um ensinada por Hollywood: coloque as melhores piadas do seu filme no trailer. O casal Helena (Glória Pires) e Claudio (Tony Ramos) estão passando por um crise no relacionamento até que decidem se separar. A filha deles (Isabelle Drummond, aquela criança irritante que fazia a Emilia do Sítio do Pica-Pau Amarelo) está grávida e pretende contar a mãe, que mais cedo ou mais tarde todos sabem que vira o pai. O início dava pinta de que partiria logo para a comédia, mas ele tem o mesmo ritmo do primeiro e o prólogo dura um terço do filme, incluindo referências ao longa original (quem não se lembrou dele quando viu Gloria Pires acordando de manhã?). Se Eu Fosse Você 2 conta com presenças ilustres de Maria Gladys, Ary Fontoura (que fase), Chico Anysio e Marcos Paulo e outras nem tão ilustres assim (Adriane Galisteu). A cena em que discutem o divórcio quando já estão trocados é apontada pelo público como a mais engraçada e realmente é. Os críticos mais puritanos dirão que Daniel Filho vai na contra-mão do que o Brasil sabe fazer em termos de cinema. Desde que Glauber Rocha, em 1964, nos deu Deus e o Diabo na Terra do Sol houve uma desconstrução do cinema nacional, criando ali o ponto inicial de uma identidade que carregaríamos ao longo do tempo. E somos reconhecidos no mundo inteiro por desdobramentos daquele filme que mostrou a cara do nosso país pela primeira vez. Bebemos da fonte de Cacá Diegues, das adaptações de Nelson Rodrigues e Jorge Amado e nos últimos anos apostamos nos dramas urbanos inaugurados por Pixote e aprimorado por Cidade de Deus e derivados. Mas domesticamente é bom fazer filmes que funcionam para o povo, mesmo que não pareça filme nacional (e tem gente que acha isso até uma qualidade). É importante fazer dinheiro. Nota 5

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