sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bolt - O Supercão



Estreia - 2/1 - Bolt é a animação que a Disney lançou no final do ano nos Estados Unidos e, como tem acontecido com filmes não produzidos pela Pixar, deixou a desejar nas bilheterias. O longa conta a história de um cachorro que é astro de um programa de televisão onde ele possui superpoderes como superforça, supervelocidade e, o principal, o superlatido (ai, esses filmes de cachorro). Eu não sou muito fã de cão, mas devo admitir que Bolt é até bonitinho, um dos mais engraçados que já vi (talvez porque ele não seja de verdade). Enfim, Bolt (dublado por John Travolta) não sabe que tudo o que ele passa durante o dia é ficção, já que tomam cuidado para não repetir cenas, nem ensaiar ou deixar o animal ver as câmeras. Sua colega de trabalho é uma garotinha (dublada por Miley Cyrus) que não tem muito vontade própria e não consegue conviver com o cachorro fora das gravações. Interessante ver a maneira como o empresário e os produtores do programa se comportam perante a menina. Podemos fazer até um paralelo com a vida da própria atriz na vida real, que desde criança estrela um programa de TV (Hannah Montana, caso você tenha acabado de voltar de outro planeta) e tem que se sujeitar às exigências da própria Disney. Acho que isso nem se passou na cabeça da Miley Cyrus (que compôs a canção do filme e a interpreta muito bem). Voltando à trama, Bolt continua interpretando seu personagem mesmo fora das câmeras e à noite fica trancado no camarim sem contato com a realidade. A confusão começa quando ele sai do camarim e vai parar no mundo real, onde não tem superpoderes e todos tratam ele como uma bicho qualquer. Ao cair numa caixa e ser levado de caminhão de Hollywood até Nova York, Bolt conhece a gata Mittens, responsável por dar ao cão um choque de realidade (em parte porque ela já foi abandonada uma vez, o que explica o tom exageradamente pessimista e amargurado). Ao ver o filme dá para imaginar o cachorro como uma criança que, ao crescer, tem que lidar com a realidade. Quem nunca pensou que a vida adulta seria melhor e mais divertida do que ela realmente é? E Bolt aos poucos vai entendendo que não é aquele ser especial, que iria salvar o mundo do "homem dos olhos verdes". A Disney apostou muito na ação nesse filme, que usa várias vezes cenas no estilo Matrix, bem manjadas atualmente. Mas por vezes ela se aproxima bastante da animação tradicional (e agora em 2009 ela volta àquele modo clássico de roteiro / storyboards / lápis e papel, com um filme de Princesa - que ela também não fazia há anos). Um exemplo disso é o tamanho dos olhos dos personagens, desproporcionais, como nos animes. De resto é aquele previsibilidade de sempre, personagens engraçados (Rhino e os pombos), Bolt aprendendo a ser cachorro (no sentido animal) e aquelas mensagens de amizade e a famosa "acredite em você mesmo". Nota 6

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